Hoje tive finalmente algum tempinho.
Coisa pouca já se sabe mas ainda assim deu para ver 40 minutos do debate parlamentar. Eu sei que sou um pouco parvo mas no fim das contas fico sempre com a ideia de que o Jerónimo de Sousa se tivesse um outro 'aparelho' por trás dele fosse capaz de conseguir algo que, no estado actual, nem pode sonhar.
O PS tem alguma gente com muita qualidade mas nestas coisas era tão bom que a liderança fosse um pouco diferente. É que por estranho que pareça as medidas poderiam ser praticamente as mesmas se a comunicação fosse outra e não insistisse tanto na parvoíce das pessoas.
Por falar em parvos, o Francisco Louçã já teve piores dias. E, por favor, percebam a ironia.
Agora o que eu não entendo é o principal Partido da oposição. Que não estão prontos já todos sabemos. Não há segredos e muito menos milagres. Seria importante no entanto que se mantivessem mais quietos nesta fase de aprendizagem. Até porque para tentar fazer o que tentam o melhor é ficarem quietos. Às tantas fico sem perceber porque são a principal opisção ao Governo.
Prezados. Um espaço de ideias e devaneios. Um espaço para aliviar o stress e estar com quem não se está. Como o próprio nome diz. Um espaço para todos. Os que são, os que se julgam e os que querem ser.. Sejam bem-vindos.
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
PARABÉNS RUI
Este miúdo quando anda tem classe.
Tenha ele sempre treinadores que prefiram ser interessados antes de interessantes e será um caso muito sério.
Tenha ele sempre treinadores que prefiram ser interessados antes de interessantes e será um caso muito sério.
OLHA QUE COISA MAIS LINDA, MAIS CHEIA DE GRAÇA ..
.. é ela a menina que vem e que passa ..
Chama-se Paola Oliveira e é linda!
Chama-se Paola Oliveira e é linda!
quinta-feira, fevereiro 24, 2011
VO^CÊS SABEM
Que tenho andado mesmo sem tempo.
Gostaria de estar a dissecar:
Gostaria de estar a dissecar:
- A crise no Mundo Árabe. E como as ameaças dos EUA são tão patéticas como, infelizmente, reais.
- O jogo desta noite do Maior Clube do Mundo. E as multas que teremos de pagar por mau comportamento em Alvalade. Para rir de certeza.
- Uma reportagem que vi sobre a Nokia e a forma como obtêm os minerais para fabrico dos telemóveis.
- O calor desta terra!
- A recordação daquelas noites no Holiday Inn.
- FMI em Portugal? Já para o mês.
- Pedro Passos Coelho.
terça-feira, fevereiro 22, 2011
O TREINO MAIS DIFÍCIL DA ÉPOCA
O jogo mais fácil da época do Benfica ontem, em Alvalade. A primeira - e única - defesa de Roberto foi aos 94 minutos. Mesmo com um dos integrantes da Juve Leo com o apito a encomendar uma segunda parte só com 10, valeu pelo treino. Para equilibrar teriam que ser 7 contra 11.
No entanto o Benfica não esteve tão forte.
No entanto o Benfica não esteve tão forte.
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
FENÓMENO
Na minha vida vi 3 jogadores cuja admiração por eles transcendeu os limites do razoável. Para mim, na minha opinião tão singela, esses foram os três melhores que os meus olhos viram. Houve Zidane cujo substituto seria Rui Costa. Houve Guardiola cujo substituto seria Redondo. Houve Romário, o baixinho gigante cuja arrogância era do tamanho do seu talento. Mas sobre estes não é oportuno falar agora. O seu brilho e a sua classe não deixarão que um dia não haja a oportunidade de fazer a devida vénia ou homenagem ou, apenas, o reconhecimento.
E houve um fenómeno absolutamente avassalador que me arrepiava de cada vez que o via arrancar arrancando pedacinhos de relva com a sua tracção e deixando tudo e todos estatelados, arrepiados, assustados, deslocados.. Deslumbrados! E depois a explosão num golo sempre belo acompanhado de um sorriso de uma criança que se surpreendia por ser tão grande.
Potência, velocidade combinada, harmonia animalesca, capacidade goleadora. Uma máquina humana.
Bela, humana e eficaz.
E depois veio a traição: A do corpo. E o Mundo despediu-se dele em 15 minutos.
terça-feira, fevereiro 15, 2011
O CEGO
O meu benfiquismo é cego. Dizem uns parolos ali no e-mail. Enfim, já justifiquei o título.
Sobre o jogo de quinta-feira espero sinceramente que sejamos capazes de vencer. Porque sabemos como é difícil contra equipas alemãs e porque, acima de tudo, o Benfica tem um futebol lindo de morrer mas não se tem dado bem na Europa.
Quem acompanha um jogo de futebol com um interesse que vai um pouco para além de quem marcou os golos e de que cor eram as camisolas que vestiam, no último jogo com o Guimarães terá reparado que houve momentos do jogo em que Sidnei, Coentrão e Maxi subiam em simultâneo para o ataque deixando para trás apenas Luisão e Javi Garcia. Ora isto é muito lindo.. Mas nada aconselhável. Os equílibrios serão muito importantes para fazermos boa figura na Liga Europa e espero que - à semelhança do que aconteceu na Champions - não tenhamos no fim um amargo de boca.
Sobre o jogo de quinta-feira espero sinceramente que sejamos capazes de vencer. Porque sabemos como é difícil contra equipas alemãs e porque, acima de tudo, o Benfica tem um futebol lindo de morrer mas não se tem dado bem na Europa.
Quem acompanha um jogo de futebol com um interesse que vai um pouco para além de quem marcou os golos e de que cor eram as camisolas que vestiam, no último jogo com o Guimarães terá reparado que houve momentos do jogo em que Sidnei, Coentrão e Maxi subiam em simultâneo para o ataque deixando para trás apenas Luisão e Javi Garcia. Ora isto é muito lindo.. Mas nada aconselhável. Os equílibrios serão muito importantes para fazermos boa figura na Liga Europa e espero que - à semelhança do que aconteceu na Champions - não tenhamos no fim um amargo de boca.
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
SUBSTÂNCIAS
Arrisco-me a ser demasiado simplista ao escrever este post. Arrisco-me para a maioria porque para mim é o óbvio embora não tantas vezes aplicado num Mundo tão hipócrita como o desejado (não, não há erro). E sim, eu sei, ao fazê-lo estou a ser igualmente hipócrita mas, acreditem, é uma questão de senso (o bom) acima de tudo.
A simplicidade, essa monstruosidade, é por demais subvalorizada nos dias que correm. Muita gente já nem sequer percebe o conceito no seu estado mais puro. Duvido até que alguns saibam que tal coisa existe. Vamos lá perceber uma coisa. Ser simples, pode significar muito ou nada. Depende do prisma. Ser simples pode indicar que devemos ser honestos em qualquer circunstância. Há quem pense que não. Ser simples pode significar que não precisamos de fazer mais do que o necessário para atingir determinado objectivo. Há quem pense que não. O que é ser simples afinal?
Ninguém diria por exemplo que existe uma simplicidade tremenda nas pinturas de Boticelli. Mas para ele, aquilo era simples. Como simples é para o Beckham colocar uma bola à distância. E aqui está instalado um paradoxo. Percebem?
O que é mais importante? Ser simples ou fazer as coisas de uma forma simples?
Ser simples, sem dúvida! De um ponto de vista humano essa será sempre a primeira opção. Primeiro porque não invalida a outra e em segundo porque, antes de nos tornarmos no que quer que seja, somos gente. E as relações têm um impacto tremendo na nossa vida. Não são coisas que se percebam facilmente principalmente porque ninguém liga muito a isso. Arranjamos sempre a desculpa de que "é a vida!" e vamos caminhando como se o nosso futuro dependesse exclusivamente da nossa inteligência e dos nossos truques. E isso, como se sabe, é falso.
Há uns tempos, andava eu ainda por Lisboa, recebi a visita de uma amiga no escritório. Sobre ela é bom dizer que sempre tive uma relação muito física e excepcionalmente divertida. Confesso, sentia uma atracção tremenda por aquela miúda. Mas era físico, nada mais. Mas, como dizia, veio ao escritório e assim que entrou disse-me que precisava de ajuda porque estava numa embrulhada e não sabia como sair dela. Antes que ela continuasse pedi-lhe que fosse honesta. Só assim poderia eventualmente ajudá-la.
Contou-me tudo o que se tinha passado e no final encolhi os ombros e disse-lhe:
"É simples! Tal como pedi que fosses honesta comigo no início, sê com o teu patrão. Ele vai entender e perdoar, não tenho dúvidas. O que sugeres que seja feito é a pior das decisões porque por muito bem que possa correr desta vez, haverá sempre uma próxima em que vais tentar fazer o mesmo até ao dia em que fores desmascarada e, aí, já sabes o que te vai acontecer. O melhor caminho é, muitas vezes (mais do que aquelas que imaginamos). o óbvio. Faz o óbvio e o teu problema está resolvido."
Nunca mais me esqueço da resposta que ela me deu: "Isso é simples?? Estás doido! . Logo a noite venho ter contigo. Vou fazer como te disse mas se não me podes ajudar, não há problema nenhum"
Ao que eu respondi: "Não, não te estaria a ajudar se o fizesse. Por isso não contes comigo para isso."
Só para terem uma ideia, o que se passou foi o seguinte. Ela bateu com o carro da empresa. O carro estava alugado e o valor da franquia era muito alto. Então a menina tinha medo de apresentar o caso ao seu patrão. Vai daí teve uma ideia brilhante: Sugeriu que se arranjasse alguém, que roubasse um outro carro qualquer (o mais barato possível) e que pegasse nesse mesmo carro e fosse contra o carro com o qual ela acabava de bater e depois fugisse. Assim ela poderia dizer na empresa que alguém bateu no carro e não teria que assumir as responsabilidades. Assombroso!
No entanto é também assombroso perceber que esta hipótese era, para ela, a mais simples.
A simplicidade, essa monstruosidade, é por demais subvalorizada nos dias que correm. Muita gente já nem sequer percebe o conceito no seu estado mais puro. Duvido até que alguns saibam que tal coisa existe. Vamos lá perceber uma coisa. Ser simples, pode significar muito ou nada. Depende do prisma. Ser simples pode indicar que devemos ser honestos em qualquer circunstância. Há quem pense que não. Ser simples pode significar que não precisamos de fazer mais do que o necessário para atingir determinado objectivo. Há quem pense que não. O que é ser simples afinal?
Ninguém diria por exemplo que existe uma simplicidade tremenda nas pinturas de Boticelli. Mas para ele, aquilo era simples. Como simples é para o Beckham colocar uma bola à distância. E aqui está instalado um paradoxo. Percebem?
O que é mais importante? Ser simples ou fazer as coisas de uma forma simples?
Ser simples, sem dúvida! De um ponto de vista humano essa será sempre a primeira opção. Primeiro porque não invalida a outra e em segundo porque, antes de nos tornarmos no que quer que seja, somos gente. E as relações têm um impacto tremendo na nossa vida. Não são coisas que se percebam facilmente principalmente porque ninguém liga muito a isso. Arranjamos sempre a desculpa de que "é a vida!" e vamos caminhando como se o nosso futuro dependesse exclusivamente da nossa inteligência e dos nossos truques. E isso, como se sabe, é falso.
Há uns tempos, andava eu ainda por Lisboa, recebi a visita de uma amiga no escritório. Sobre ela é bom dizer que sempre tive uma relação muito física e excepcionalmente divertida. Confesso, sentia uma atracção tremenda por aquela miúda. Mas era físico, nada mais. Mas, como dizia, veio ao escritório e assim que entrou disse-me que precisava de ajuda porque estava numa embrulhada e não sabia como sair dela. Antes que ela continuasse pedi-lhe que fosse honesta. Só assim poderia eventualmente ajudá-la.
Contou-me tudo o que se tinha passado e no final encolhi os ombros e disse-lhe:
"É simples! Tal como pedi que fosses honesta comigo no início, sê com o teu patrão. Ele vai entender e perdoar, não tenho dúvidas. O que sugeres que seja feito é a pior das decisões porque por muito bem que possa correr desta vez, haverá sempre uma próxima em que vais tentar fazer o mesmo até ao dia em que fores desmascarada e, aí, já sabes o que te vai acontecer. O melhor caminho é, muitas vezes (mais do que aquelas que imaginamos). o óbvio. Faz o óbvio e o teu problema está resolvido."
Nunca mais me esqueço da resposta que ela me deu: "Isso é simples?? Estás doido! . Logo a noite venho ter contigo. Vou fazer como te disse mas se não me podes ajudar, não há problema nenhum"
Ao que eu respondi: "Não, não te estaria a ajudar se o fizesse. Por isso não contes comigo para isso."
Só para terem uma ideia, o que se passou foi o seguinte. Ela bateu com o carro da empresa. O carro estava alugado e o valor da franquia era muito alto. Então a menina tinha medo de apresentar o caso ao seu patrão. Vai daí teve uma ideia brilhante: Sugeriu que se arranjasse alguém, que roubasse um outro carro qualquer (o mais barato possível) e que pegasse nesse mesmo carro e fosse contra o carro com o qual ela acabava de bater e depois fugisse. Assim ela poderia dizer na empresa que alguém bateu no carro e não teria que assumir as responsabilidades. Assombroso!
No entanto é também assombroso perceber que esta hipótese era, para ela, a mais simples.
BLA, BLA, BLA
Há tipos que não têm mesmo a noção do ridículo. Ressabiado de merda.
Depois de tanto roubar mais uma vez é preciso ser louco para ter coragem para isto.
Depois de tanto roubar mais uma vez é preciso ser louco para ter coragem para isto.
domingo, fevereiro 13, 2011
UM PARAÍSO NA TERRA
Estádio da Luz. 55.000 espectadores.
Roberto Jiménez. Maxi Pereira. Luisão. Sidnei. Fábio Coentrão.
Javi Garcia. Salvio. Gaitán. Aimar. Saviola. Cardozo.
Quem é que no seu perfeito juízo pode dizer que existirá conjuntura mais digna de um espectáculo de futebol do que esta em Portugal? Ninguém. O problema de ter jogadores deste calibre é só um. Quando forem embora, cada um deles, sentiremos muito a sua falta.
Já agora, pare o vídeo no segundo 00:28 e veja como se escreve história. Um domínio destes só está ao alcance de verdadeiras lendas.
Roberto Jiménez. Maxi Pereira. Luisão. Sidnei. Fábio Coentrão.
Javi Garcia. Salvio. Gaitán. Aimar. Saviola. Cardozo.
Quem é que no seu perfeito juízo pode dizer que existirá conjuntura mais digna de um espectáculo de futebol do que esta em Portugal? Ninguém. O problema de ter jogadores deste calibre é só um. Quando forem embora, cada um deles, sentiremos muito a sua falta.
Já agora, pare o vídeo no segundo 00:28 e veja como se escreve história. Um domínio destes só está ao alcance de verdadeiras lendas.
sábado, fevereiro 12, 2011
403
O primeiro carro que conduzi foi um Peugeot 403. Que por acaso, ainda hoje está no nosso parque de família. Foi comprado pelo meu Avô quando o meu Pai (o meu querido Pai) tinha 15 anos, mais ou menos. Andou ali uma fase abandondado até que o meu Pai (o meu querido Pai) decidiu recuperá-lo. E em boa hora o fez. Será arriscado dizer que nunca mais andei num carro com tanto conforto como aquele. Mas ainda assim, arrisco.
Lembro-me particularmente de um dia, em que ia eu calmamente a desfrutar de um passeio dominical e dos primeiros tempos de condução quando, subitamente, vejo uma roda a ultrapassar-me e a desviar-se para fora da estrada. Parei o carro lentamente e assim que se encontrava totalmente parado, o carro inclina-se e assenta no chão do lado direito. Afinal a roda da frente tinha saído em andamento. Noutras circunstâncias era caso para provocar um acidente. Felizmente, tenho sorte.
Lembro-me particularmente de um dia, em que ia eu calmamente a desfrutar de um passeio dominical e dos primeiros tempos de condução quando, subitamente, vejo uma roda a ultrapassar-me e a desviar-se para fora da estrada. Parei o carro lentamente e assim que se encontrava totalmente parado, o carro inclina-se e assenta no chão do lado direito. Afinal a roda da frente tinha saído em andamento. Noutras circunstâncias era caso para provocar um acidente. Felizmente, tenho sorte.
I CAN'T TAKE MY EYES OFF YOU
Cacilhas, Domingo de manhã. Um desses Domingos já perdidos no tempo e nas turbulências da vida e que a memória insiste em trazer de volta às vezes.
Tinha dias assim. Saía de casa, sem destino. Metia-me no autocarro ou no barco e ia a Lisboa. Chegava a ficar horas no Colombo (p.ex) parado a olhar para a manada. Pensava se um dia poderia entrar naquela loja que tinha aquelas camisas de que tanto gostava. Ou se alguma vez poderia ter aquele ecrã de plasma (mesmo que já tivesse saído de moda) na sala da minha casa. Mas ainda assim, era muito feliz. Porque sentia no meu sangue a força que um dia levar-me-ia lá. Talvez tenha sido isto que me moveu sempre muito. Os desafios. Quando eles faltam, eu falho. Matemático.
Não sei porquê mas quando estou em Lisboa sinto que respiro melhor. Um estranho sentimento este sendo eu do campo e sentindo isto numa cidade. Parava em frente ao velho Estádio da Luz e pensava que há algum tempo nem poderia imaginar que naquele dia estaria ali. Coisas tão simples aquelas de que somos feitos. Coisas tão simples ...
Entrava na Fnac e via todo aquele Mundo que só conhecia à distância na ponta dos meus dedos. Cresci no mato, sabem. E em África. Onde há gente que nunca andou de carro.
Num desses Domingos, fazia o regresso à casa de barco. Era manhã ainda, por volta das 11 horas. Em frente de mim estava sentada uma rapariga. Não era a mais bela rapariga do Mundo mas foi a primeira que me fez pensar na inocência. Não na minha. Naquela que ela aparentava ter. Fitava-a por alguns segundos e desviava depois o olhar. Mas não conseguia ficar sem olhar muito tempo. Quando ela apercebeu-se passou-se algo que me persegue até hoje. Com um sorriso fitou-me a travessia toda. E eu retribuí, claro. Posso garantir que fiquei a conhecer aquela miúda pelo olhar. Mas o destino, essa fatalidade lixou-me!
O telefone tocou por uma parvoíce qualquer. A pessoa do outro lado demorou mais tempo que o desejado para desligar e eu à saída do barco, ainda com ela ao meu lado quase caminhando como se estivéssemos juntos, fui andando até conseguir desligar. Mas.. Não sei o que se passou, não houve palavras. Houve o olhar e depois, um toque. Ela encostou-se a mim como se quisesse se aconchegar e eu, confuso, afastei-me pensando que seria por causa da multidão. Ao afastar-me ela sorrindo afastou-se também. Afastou-se e entrou num táxi.. E foi-se embora. E nunca mais a vi. Só depois percebi que não havia multidão e que o encosto não foi por um empurrão. Foi um empurrão. Que eu não percebi. E nunca mais esqueci.
Tinha dias assim. Saía de casa, sem destino. Metia-me no autocarro ou no barco e ia a Lisboa. Chegava a ficar horas no Colombo (p.ex) parado a olhar para a manada. Pensava se um dia poderia entrar naquela loja que tinha aquelas camisas de que tanto gostava. Ou se alguma vez poderia ter aquele ecrã de plasma (mesmo que já tivesse saído de moda) na sala da minha casa. Mas ainda assim, era muito feliz. Porque sentia no meu sangue a força que um dia levar-me-ia lá. Talvez tenha sido isto que me moveu sempre muito. Os desafios. Quando eles faltam, eu falho. Matemático.
Não sei porquê mas quando estou em Lisboa sinto que respiro melhor. Um estranho sentimento este sendo eu do campo e sentindo isto numa cidade. Parava em frente ao velho Estádio da Luz e pensava que há algum tempo nem poderia imaginar que naquele dia estaria ali. Coisas tão simples aquelas de que somos feitos. Coisas tão simples ...
Entrava na Fnac e via todo aquele Mundo que só conhecia à distância na ponta dos meus dedos. Cresci no mato, sabem. E em África. Onde há gente que nunca andou de carro.
Num desses Domingos, fazia o regresso à casa de barco. Era manhã ainda, por volta das 11 horas. Em frente de mim estava sentada uma rapariga. Não era a mais bela rapariga do Mundo mas foi a primeira que me fez pensar na inocência. Não na minha. Naquela que ela aparentava ter. Fitava-a por alguns segundos e desviava depois o olhar. Mas não conseguia ficar sem olhar muito tempo. Quando ela apercebeu-se passou-se algo que me persegue até hoje. Com um sorriso fitou-me a travessia toda. E eu retribuí, claro. Posso garantir que fiquei a conhecer aquela miúda pelo olhar. Mas o destino, essa fatalidade lixou-me!
O telefone tocou por uma parvoíce qualquer. A pessoa do outro lado demorou mais tempo que o desejado para desligar e eu à saída do barco, ainda com ela ao meu lado quase caminhando como se estivéssemos juntos, fui andando até conseguir desligar. Mas.. Não sei o que se passou, não houve palavras. Houve o olhar e depois, um toque. Ela encostou-se a mim como se quisesse se aconchegar e eu, confuso, afastei-me pensando que seria por causa da multidão. Ao afastar-me ela sorrindo afastou-se também. Afastou-se e entrou num táxi.. E foi-se embora. E nunca mais a vi. Só depois percebi que não havia multidão e que o encosto não foi por um empurrão. Foi um empurrão. Que eu não percebi. E nunca mais esqueci.
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
GENTE PARVA
Depois de anunciar uma moção de censura o próximo passo do Francisco Louçã vai ser adoptar uma música que anda por aí em destaque (vocês sabem todos qual é) como hino da sua espampanante cruzada contra o Governo. E assim, um Partido, anda a reboque das parvoíces do seu líder. E assim vai-se fazendo política inconsequente e irresponsável em Portugal.´
É caso para dizer: Que gente tão parva!
É caso para dizer: Que gente tão parva!
terça-feira, fevereiro 08, 2011
A vida tem que ser enfrentada como ela é. Temos de ser pragmáticos sempre que houver a mais pequena hipótese de sermos. Por incrível que pareça a felicidade está aí. E não há quem não almeje ser feliz. Essa é a nossa derradeira obrigação.
Ter que explicar isto a pessoas de 25/30 anos é, para mim, deprimente.
Estou cansado porra!
Ter que explicar isto a pessoas de 25/30 anos é, para mim, deprimente.
Estou cansado porra!
RECADO: PERCEBE ..
«Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.»Fernando Pessoa
GERAÇÃO ..
Não, o que me irrita não é a tão célebre canção dos Deolinda. O que me irrita mesmo é quem gosta disto.
sexta-feira, fevereiro 04, 2011
AINDA O MUNDO ISLÂMICO
As palavras transcritas no post abaixo são um excerto de um livro de Ziauddin Sardar. O livro, é claro, foi escrito antes do início destas revoltas que se têm visto nos países árabes. No entanto é como se tivesse sido escrito ontem ou hoje. Esta é a minha opinião.
Sobre a Tunísia e o Egipto (principalmente) devo dizer que dá-me um prazer enorme o que se está a passar por lá. Espero, é claro, que haja o menor número de feridos e/ou mortes. Mas espero também que as mentalidades mudem de modo a que o Islão se possa apresentar ao Mundo no seu verdadeiro esplendor. Espero porque sendo a religião que está mais de acordo com os princípios humanos (minha opinião), tem sido tão e tão massacrada pelos próprios.
Que sirva para, acima de tudo, a partir de agora, tonar-se possível viver nesses países e em todos os que queiram aproveitar este exemplo sob uma premissa absolutamente indispensável: Liberdade!
Sobre a Tunísia e o Egipto (principalmente) devo dizer que dá-me um prazer enorme o que se está a passar por lá. Espero, é claro, que haja o menor número de feridos e/ou mortes. Mas espero também que as mentalidades mudem de modo a que o Islão se possa apresentar ao Mundo no seu verdadeiro esplendor. Espero porque sendo a religião que está mais de acordo com os princípios humanos (minha opinião), tem sido tão e tão massacrada pelos próprios.
Que sirva para, acima de tudo, a partir de agora, tonar-se possível viver nesses países e em todos os que queiram aproveitar este exemplo sob uma premissa absolutamente indispensável: Liberdade!
ONDE SE FALA DE REVOLTAS ISLÂMICAS
«Apesar do aparecimento de uma certa variedade de novos modos de aplicar o Islão, ao todo, os muçulmanos falharam no cumprimento dos ideais e aspirações do Islão. O Islão enfatiza o pensamento e a educação. No entanto, é raro encontrar no mundo muçulmano uma instituição de ensino superior de reputação. O Islão confere importância máxima à justiça social; no entanto, o mundo muçulmano encontra-se inundado pela tirania, pelo despotismo e pela opressão. O Islão insiste na distribuição da riqueza e encara a pobreza como um pecado; no entanto, a degradação humana é algo de comum nas sociedades muçulmanas. É comum a existência, lado a lado, da riqueza exuberante e da pobreza abjecta.
Os muçulmanos têm a tendência de culpar o Ocidente pela maior parte dos seus problemas. É verdade que séculos de colonialismo deixaram uma cicatriz profunda nas sociedades muçulmanas. E a economia global moderna juntamente com as tendências hegemónicas ocidentais têm contribuido para o subdesenvolvimento das sociedades muçulmanas. Mas nem todos os problemas muçulmanos podem ser atribuidos ao Ocidente.
A falha em lidar com a modernidade, sugiro eu, é um factor importante na situação difícil encarada pelos muçulmanos de hoje. Uma tendência para retornar a velhas interpretações dos textos sagrados mantém-nos trancados na Idade Média. Interpretações históricas arrastam contantemente os muçulmanos para o passado histórico, para contextos de há tempos atrás, hoje enregelados e fossilizados. Pior ainda, os fundamentalistas querem levar o Islão até ao tempo do profeta Maomé e dos califas bem guiados, um tempo que é imaginado como uma nação-estado utópica, mas que realmente nunca existiu na História. ´
(...)
(...) A forma como se vê o futuro depende da forma como se vê o presente. E o modo como se vâ o presente depende muito de para onde se olha. Precisamos de redireccionar o nosso olhar para longe dos fundamentalistas cheios de ódio, e olhar na direcção daqueles que tentam afincadamente reconstruir a civilização muçulmana. Apesar de obstáculos sérios, o projecto encontra-se a caminho.»
Os muçulmanos têm a tendência de culpar o Ocidente pela maior parte dos seus problemas. É verdade que séculos de colonialismo deixaram uma cicatriz profunda nas sociedades muçulmanas. E a economia global moderna juntamente com as tendências hegemónicas ocidentais têm contribuido para o subdesenvolvimento das sociedades muçulmanas. Mas nem todos os problemas muçulmanos podem ser atribuidos ao Ocidente.
A falha em lidar com a modernidade, sugiro eu, é um factor importante na situação difícil encarada pelos muçulmanos de hoje. Uma tendência para retornar a velhas interpretações dos textos sagrados mantém-nos trancados na Idade Média. Interpretações históricas arrastam contantemente os muçulmanos para o passado histórico, para contextos de há tempos atrás, hoje enregelados e fossilizados. Pior ainda, os fundamentalistas querem levar o Islão até ao tempo do profeta Maomé e dos califas bem guiados, um tempo que é imaginado como uma nação-estado utópica, mas que realmente nunca existiu na História. ´
(...)
(...) A forma como se vê o futuro depende da forma como se vê o presente. E o modo como se vâ o presente depende muito de para onde se olha. Precisamos de redireccionar o nosso olhar para longe dos fundamentalistas cheios de ódio, e olhar na direcção daqueles que tentam afincadamente reconstruir a civilização muçulmana. Apesar de obstáculos sérios, o projecto encontra-se a caminho.»
Ziauddin Sardar no seu livro "Em que acreditam os muçulmanos?"
No essencial uma reflexão muito importante. Roubado daqui.
BREVES NOTAS DO CLÁSSICO (POVO vs LADRÕES)
Ponto prévio: Fosse sempre só futebol e em 10 jogos o Benfica venceria 10 contra o Fc Porcos. Com as equipas actuais, com os treinadores actuais, em qualquer momento.
Sobre os porcos:
Helton é um bom guarda-redes. Ainda asssim não chega para ser melhor que Roberto.
Sapunaru, Maicon, Rolando e Sereno. Se colocar David Luiz a lateral-esquerdo era um erro crasso, que dizer deste quarteto dos azuis? Não é com jogadores desta qualidade que se joga contra Saviola e Cardozo.
Fernando, Beluschi e Moutinho. Os dois primeiros jogaram mais que o permitido. O terceiro 'sportinguizou-se'. Não houve nenhum problema que tivesse saído daqui.
Varela e James. Varela foi o jogador mais perigoso. Até porque tem que justificar ordenados de épocas anteriores àquelas em que já representou os porcos. O outro nem sei quem é nem o que andou lá a fazer.
Hulk. O incrível! Bebé-chorão que é tão desastroso sem espaço como perigoso com ele. Tão pouco inteligente que, não fosse a força, seria mais um dos titulares indiscutíveis da Naval 1º de Maio ao lado de Fábio Júnior.
Sobre o André as expressões faciais falaram por ele. É um miúdo e ainda nem sabe bem o que faz.
No Glorioso tenho que destacar:
Luisão! É gigante. Quando penso em Luisão lembro-me de Ricardo Gomes. Lembro-me de Humberto Coelho. Lembro-me de Gamarra. Luisão é o estrangeiro com mais jogos pelo Benfica. É um dos históricos do Benfica. É um jogador que merece todo o nosso respeito pela sua entrega em campo e pela sua qualidade futebolística que é incontornável. É um jogador lento, pouco ágil. Mas o seu posicionamento é sublime. Luís Freitas Lobo disse sobre ele: "Em bloco baixo é um dos melhores defesas do Mundo". Não se enganou.
Sidnei. Seja ele dedicado e tem um potencial enorme, enorme. Não vamos ter qualquer problema em substituir - defensivamente - David Luiz. Para além de ser fisicamente muito forte é inteligente na marcação. Pena que as vezes esteja um pouco alheado do jogo.
Fábio Coentrão. Será o próximo a sair do Benfica para um grande Europeu. É um dos melhores do Mundo.
Cardozo. Grande jogo do paraguaio. Cardozo é, de facto, o único jogador verdadeiramente insubstituível no plantel. Ele e Luisão.
Jorge Jesus esteve bem desta vez. Acho que devemos dar graças a Deus por não termos cá o David Luiz e assim não houve a tentação de colocar o nosso pior defesa esquerdo em campo. Seja contra que jogador for, Fábio Coentrão será sempre a melhor opção para o lugar. Na ausência dele até o César Peixoto é melhor que o David Luiz. Foi ali que começamos a ganhar o jogo.
Quem se der ao trabalho reveja o trabalho defensivo do Fábio (primeiro) e do César depois quando frente-a-frente com Hulk. A forma como o portista não conseguiu penetrar para o espaço interior uma única vez é bem elucidativa da inteligência do posicionamento defensivo dos laterais que "sugeriram" sempre a linha a Hulk onde o mesmo limita-se.
César Peixoto é um péssimo atleta. Tem demasiadas limitações físicas para ser jogador sequer. Mas a sua inteligência é mesmo sublime. E é só por isso que ainda joga.
O árbitro bem tentou fazer o seu trabalho na segunda parte.. Mas já era tarde ..
Sobre os porcos:
Helton é um bom guarda-redes. Ainda asssim não chega para ser melhor que Roberto.
Sapunaru, Maicon, Rolando e Sereno. Se colocar David Luiz a lateral-esquerdo era um erro crasso, que dizer deste quarteto dos azuis? Não é com jogadores desta qualidade que se joga contra Saviola e Cardozo.
Fernando, Beluschi e Moutinho. Os dois primeiros jogaram mais que o permitido. O terceiro 'sportinguizou-se'. Não houve nenhum problema que tivesse saído daqui.
Varela e James. Varela foi o jogador mais perigoso. Até porque tem que justificar ordenados de épocas anteriores àquelas em que já representou os porcos. O outro nem sei quem é nem o que andou lá a fazer.
Hulk. O incrível! Bebé-chorão que é tão desastroso sem espaço como perigoso com ele. Tão pouco inteligente que, não fosse a força, seria mais um dos titulares indiscutíveis da Naval 1º de Maio ao lado de Fábio Júnior.
Sobre o André as expressões faciais falaram por ele. É um miúdo e ainda nem sabe bem o que faz.
No Glorioso tenho que destacar:
Luisão! É gigante. Quando penso em Luisão lembro-me de Ricardo Gomes. Lembro-me de Humberto Coelho. Lembro-me de Gamarra. Luisão é o estrangeiro com mais jogos pelo Benfica. É um dos históricos do Benfica. É um jogador que merece todo o nosso respeito pela sua entrega em campo e pela sua qualidade futebolística que é incontornável. É um jogador lento, pouco ágil. Mas o seu posicionamento é sublime. Luís Freitas Lobo disse sobre ele: "Em bloco baixo é um dos melhores defesas do Mundo". Não se enganou.
Sidnei. Seja ele dedicado e tem um potencial enorme, enorme. Não vamos ter qualquer problema em substituir - defensivamente - David Luiz. Para além de ser fisicamente muito forte é inteligente na marcação. Pena que as vezes esteja um pouco alheado do jogo.
Fábio Coentrão. Será o próximo a sair do Benfica para um grande Europeu. É um dos melhores do Mundo.
Cardozo. Grande jogo do paraguaio. Cardozo é, de facto, o único jogador verdadeiramente insubstituível no plantel. Ele e Luisão.
Jorge Jesus esteve bem desta vez. Acho que devemos dar graças a Deus por não termos cá o David Luiz e assim não houve a tentação de colocar o nosso pior defesa esquerdo em campo. Seja contra que jogador for, Fábio Coentrão será sempre a melhor opção para o lugar. Na ausência dele até o César Peixoto é melhor que o David Luiz. Foi ali que começamos a ganhar o jogo.
Quem se der ao trabalho reveja o trabalho defensivo do Fábio (primeiro) e do César depois quando frente-a-frente com Hulk. A forma como o portista não conseguiu penetrar para o espaço interior uma única vez é bem elucidativa da inteligência do posicionamento defensivo dos laterais que "sugeriram" sempre a linha a Hulk onde o mesmo limita-se.
César Peixoto é um péssimo atleta. Tem demasiadas limitações físicas para ser jogador sequer. Mas a sua inteligência é mesmo sublime. E é só por isso que ainda joga.
O árbitro bem tentou fazer o seu trabalho na segunda parte.. Mas já era tarde ..
terça-feira, fevereiro 01, 2011
O GLADIADOR
O David Luiz é o Benfica.
Custa-me muito vê-lo partir.
Pequeno chegou. Hoje é um dos maiores do Mundo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)