Lembro-me de ouvir o meu Pai falar sobre uma cena cinematográfica de origem indiana - de onde ele também é - da década de 60 em que uma mulher, subia ao alto de uma montanha e no auge do seu desejo carnal levantava o seu vestido de forma a mostrar o seu joelho completamente nú. Originalmente, vinha vestida dos pés à cabeça, literalmente, coberta até por um véu. Era a cena com maior impacto sexual na época e, apesar de ser naquela sociedade muito específica, demonstra claramente a mentalidade conservadora que inundava a mente das pessoas, principalmente se for feita uma analogia com as pessoas do mesmo extracto social actualmente.
Vivemos hoje numa época diferente e nem podia ser de outra forma, passado que está mais de meio século. A intimidade é algo que existe de forma muito intermitente e logo, nada consistente. Refugiamo-nos numa vida em que a dependência por pessoas é cada vez menor o que, naturalmente, é substituído pela dependência em objectos e aplicações. Hoje é mais fácil conseguir ter sexo do que conseguir conversar com a pessoa com quem tivemos sexo. Homens e mulheres cada vez mais preocupados em atingir objectivos e em parecer perfeitos, saindo-se sempre melhor do que somos realmente, vivendo numa cápsula de mentira. Por isso, a intimidade da conchinha em que, adormecendo, vamos dizendo tudo de uma forma embevecida e honesta, encerra um orgasmo por vezes maior que o do próprio sexo.
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