domingo, junho 05, 2011

TEATRO

Estudos recentes demonstram que a felicidade terá a forma de um "U" na forma como a sentimos na nossa vida. Ou seja, mais novos ou mais velhos, somos mais felizes. A pior fase é dos 20 ao 45. Interessante que esse estudo reflicta a nossa indisposição para a felicidade quando somos mais activos física e psicológicamente. O auge, dizem.

Bem, o que eu aprendi há uns anos com um amigo - que nem era tão amigo assim - foi que deveria sempre expressar a minha felicidade em qualquer circunstância. Usou um exemplo até muito bom dizendo que, sempre que visse uma mulher bonita, fizesse questão de dizê-la. Sem segundas intenções, apenas deixar que ela saiba aquilo que ela é neste Mundo. Fi-lo. Deu-me prazer a mim e concerteza a quem ouviu. Nem sempre, é certo, mas sempre que esta coisa que nós chamamos de "ser intelectual" nos liberta e deixa-nos viver de acordo com isto: a vida.

As vezes penso que as pessoas têm uma relação bem mais conseguida com os objectos do que com as próprias pessoas. Basta dizer que, gostando de uma camisa, pouco ou nada nos impede de assumi-lo. Gostando de alguém torna-se tudo bem mais complicado. Bastava que tentássemos mais. Há coisas impossíveis que se conseguem quando tentamos.

Passei - e não pretendo de forma alguma vangloriar-me - uma noite na minha vida com uma mulher que conheci no dia. Conversamos pouco no restaurante onde a vi. Em poucas palavras disse que gostaria de ir para casa com ela e ela acedeu. Não sei bem do que se tratou, mas a verdade é que, fôssemos sempre nós próprios e a vida seria bem mais diferente. Fizesse ela (e eu) um pouco melhor o papel de cidadãos contemporâneos de um Mundo ainda assim, cada vez mais decadente e estaríamos hoje a imaginar como teria sido. Hoje imagino como foi.

Para quem é actor, é no palco ou na vida que melhor representa?

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