Os muçulmanos têm a tendência de culpar o Ocidente pela maior parte dos seus problemas. É verdade que séculos de colonialismo deixaram uma cicatriz profunda nas sociedades muçulmanas. E a economia global moderna juntamente com as tendências hegemónicas ocidentais têm contribuido para o subdesenvolvimento das sociedades muçulmanas. Mas nem todos os problemas muçulmanos podem ser atribuidos ao Ocidente.
A falha em lidar com a modernidade, sugiro eu, é um factor importante na situação difícil encarada pelos muçulmanos de hoje. Uma tendência para retornar a velhas interpretações dos textos sagrados mantém-nos trancados na Idade Média. Interpretações históricas arrastam contantemente os muçulmanos para o passado histórico, para contextos de há tempos atrás, hoje enregelados e fossilizados. Pior ainda, os fundamentalistas querem levar o Islão até ao tempo do profeta Maomé e dos califas bem guiados, um tempo que é imaginado como uma nação-estado utópica, mas que realmente nunca existiu na História. ´
(...)
(...) A forma como se vê o futuro depende da forma como se vê o presente. E o modo como se vâ o presente depende muito de para onde se olha. Precisamos de redireccionar o nosso olhar para longe dos fundamentalistas cheios de ódio, e olhar na direcção daqueles que tentam afincadamente reconstruir a civilização muçulmana. Apesar de obstáculos sérios, o projecto encontra-se a caminho.»
Ziauddin Sardar no seu livro "Em que acreditam os muçulmanos?"
No essencial uma reflexão muito importante. Roubado daqui.
2 comentários:
Tenho muitas dúvidas sobre o caminho da dita revolução...Antevejo muitas curvas e...acidentes:)
Sim, muitos acidentes sem dúvida. Mas muito positivas ainda assim.
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