"Desde que eu te conheci ... Naquelas tardes vendo o sol se por ... Que eu procuro descobrir .. Novas maneiras de cantar o amor ..."
Como se fosse a primeira vez - Paulo Ricardo
É, talvez, a primeira recordação que tenho quando me lembro dos últimos anos da década de 90 em que não era nada mais do que um puto que fazia promessas a si mesmo olhando-se no espelho que servia, tantas vezes, para perpetuar o momento. Apaixonado pela vida, com tanto para descobrir e com tantas convicções que foram caindo ao primeiro desafio que fosse mais novo e tantas outras que permanecem intactas até hoje. Hoje sinto que o balanço das nossas vidas só pode mesmo ser feito após a nossa morte. Quando vamos para lugar incerto porque nos prometeram que a morte em si não é o fim, apenas uma transição.
Tenho o péssimo hábito, ainda assim, de fazer balanços. E sempre que alguém se lembra de elogiar algum sucesso que por mero acaso tenha obtido é quando estou mais propenso a estes balanços. Como se quisesse provar a mim mesmo que afinal, não tive assim tanto sucesso.
A vida é uma coisa engraçada. Já todos sabem, mas nunca é demais repetir. Somos tão capazes de algumas coisas mas não em todos os momentos. Somos tão capazes de dominar alguns momentos mas nem todos. E por muitas capacidades que tenhamos o momento é que decide.
Eu acho que sou o homem que mais se apaixonou na história da Humanidade. Apesar de ter tido vários casos na minha vida, acho que só tive um caso com alguém que tenha amado de verdade. Gostei das outras, não as amei. Mas, e por estranho que pareça também, amei várias mulheres. Todas muito diferentes. Todas especiais. Consigo recordar-me dos pormenores de cada uma delas. Consigo perceber o que me apaixonava nelas. E consigo apaixonar-me, ainda, pelas mesmas coisas. Pelas mesmas mulheres. Talvez seja um defeito. Talvez seja uma virtude. Sou eu de certeza.
Tudo isto para dizer que revi uma das mulheres mais belas que este Mundo terá algum dia a oportunidade de ver. O mesmo sorriso. A mesma pose. O mesmo olhar. 10 anos depois. Há coisas que nunca mudam.
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