sexta-feira, março 25, 2011

“QUEM DEPOIS DE MIM VIER, BOM DE MIM FARÁ”

“O PS tem alguma gente com muita qualidade mas nestas coisas era tão bom que a liderança fosse um pouco diferente. É que por estranho que pareça as medidas poderiam ser praticamente as mesmas se a comunicação fosse outra e não insistisse tanto na parvoíce das pessoas.”

Estas palavras foram escritas por mim, num post no já longínquo dia 25 de Fevereiro. Olho para Francisco Assis e sinto um desgosto tremendo. O desgosto de quem vê nele o líder do PS que Sócrates não é. Se calhar, Sócrates até é. Mas deveria ter muito mais de Francisco Assis. Porque até no estado em que deixaram (?) o País consigo olhar para aquele homem e sentir confiança. Ainda espero que um dia seja a solução que chegará, invariavelmente, com muitos anos de atraso. Mas estas são opiniões minhas. E valem o que valem.


O Governo caiu. O pior Governo de que tenho memória caiu quando não deveria ter caído. E, estranhamente, hoje só queria que este Governo não tivesse caído. No entanto perder com dignidade implica sempre reconhecer os pontos fortes do adversário e os nossos pontos fracos. E se nos pontos fortes do adversário a inteligência de Sócrates está em primeiro plano, não podemos deixar de referir a imprudência e a incapacidade de uma oposição onde Paulo Portas e Jerónimo de Sousa parecem os mais coerentes. Isto devia servir para percebermos ainda melhor o estado das coisas. Mas parece que até essa esperança abandonou Portugal.
“Agora o que eu não entendo é o principal Partido da oposição. Que não estão prontos já todos sabemos. Não há segredos e muito menos milagres. Seria importante no entanto que se mantivessem mais quietos nesta fase de aprendizagem. Até porque para tentar fazer o que tentam o melhor é ficarem quietos. Às tantas fico sem perceber porque são a principal oposição ao Governo.”
Todas as medidas dramáticas que o PS teria que tomar serão aplicadas. Inevitável, pronto. Só que agora os culpados não serão eles. Será quem tomar essas medidas. Só para perceberem a merda de oposição que temos. E se Sócrates sabia lidar com a pressão, quem aí vem não percebe nada disto. Absolutamente nada. E a culpa nem sempre é “deles”, os políticos.

Enfim. Estou num longo momento de reflexão que parece não ter fim. Tenho a certeza que no final do ano o País estará pior do que hoje. Ter-se-á gastado dinheiro e tempo nestas eleições. Ter-se-á reduzido a margem de manobra junto dos credores. Ter-se-á reduzido a confiança dos mercados a níveis ainda mais baixos que os actuais. Salve-se no entanto a consciência daqueles que, revoltados, fartos de serem os parvos, terão essa mesma consciência tranquila com a esperança renovada. No fim é tudo uma questão de confiança. E agora, de esperança. Cega.

2 comentários:

M. disse...

Tu ainda me pões mais em baixo. terás razão. Mas confesso que já tinha aversão ao Sócrates...Até a minha tolerância tem limites...

EK disse...

M.
Que posso eu fazer? Espero não ter razão nenhuma, se queres que o diga. Aversão ao Sócrates, sim. Mas confiança em quem?