EXCERTO DE UMA OPINIÃO EM RELAÇÃO AO ÚLTIMO DERBY

Ao contrário do que as pessoas apregoam o Sporting, contra o Benfica, não fez um jogo tão especial como se quer fazer entender. Foram as limitações físicas do Benfica que retiraram discernimento táctico a praticamente toda a equipa e técnico a Gaitán e Saviola. O Carlos Martins só tem discernimento por engano por isso nem o coloco aqui, sabendo no entanto que fez um jogo péssimo. Nos últimos jogos tem-se notado um pouco isso o que tem feito que a equipa dê tudo nos últimos minutos porque a rotina de envolvência é tão grande que por vezes até em força é possível fazê-lo.
Se nos lembrarmos um pouco do jogo vamos notar que o Sporting defendeu bem (e acreditem: tendo Evaldo, Polga e João Pereira na mesma equipa isso é quase impossível) muito por força da "ausência" de Gaitán, Saviola e Sálvio do jogo. O Sálvio não é nenhum prodígio técnico e por isso não foi referido ali em cima como um daqueles a quem faltou discernimento técnico. E a ele nem táctico faltou. Faltou frescura.
Destaco o Luisão que está a fazer a sua melhor época no Benfica. E destaco Cardozo (como é possível ele continuar a marcar penaltys?) porque é um gigante! Não perdeu um único lance pelo ar e foi uma verdadeira referência (até parece um farol) à restante equipa. A sua influência não sendo muito visível é tão grande que arrisco dizer que nos últimos jogos, com a ausência de Cardozo, seria impossível ao Benfica marcar golos. E repito: impossível!~

Agora vejam a diferença entre Jara e Saviola. Aqui: http://www.myspace.com/video/vid/107560116

Numa breve análise ao lance vemos que quando Saviola recebe a bola e pensa em colocá-la na esquerda, Jara posiciona-se com espaço para recebê-la nos pés. Saviola no entanto, porque é inteligente, lança a bola no espaço. Ao contrário do que Jara queria, isso percebe-se logo. A grande questão aqui é: porquê?
Ora porque se a bola fosse para o pé havia duas soluções para o Jara. A primeira seria vir para o meio e fazer um daqueles remates em arco que ele tanto gosta de fazer. A segunda seria fazer o cruzamento um pouco antes da linha de fundo o que permitiria aos defesas estarem de frente para a bola posicionados favoravelmente para fazerem o corte.
O que Saviola fez é bem demonstrativo de como um jogador, mesmo com limitações físicas, pode ser tão influente na manobra de uma equipa. É claro que até o golo acontecer existem inúmeras vicissitudes que terão de coincidir para que o mesmo aconteça, no entanto, sem aquela primeira decisão seria bem mais difícil.
Naquele momento do jogo um cruzamento do fundo da linha permite aos avançados estarem de frente para a bola - porque o cruzamento é feito para trás - e deixa os defesas mais duvidosos de para onde devem cortar. Isso pode ser decisivo. E foi.

Escrito por mim, num outro blogue.