A situação a que Portugal chegou é de tal forma complexa que, por momentos, seremos obrigados a defender ideias que inicialmente não poderíamos apoiar de forma nenhuma. É tão grande a embrulhada que a partir de agora haverão momentos em que teremos de dar um passo atrás para sonharmos com o dia em que poderemos novamente voltar a dar dois passos em frente. E tudo isto terá que ser feito com a noção de que fazemos, mas: não temos culpa nenhuma; não queremos ter culpa nenhuma; se não o fizermos teremos culpa porque não fizemos algo que nunca deveríamos ter feito - em condições normais, leia-se - e agora somos obrigados a fazer porque senão enterramo-nos todos juntos. E se uns terão, depois do enterro, reformas douradas, nós - a maioria - não! Portanto, temos que fazer!! Confusos? Eu também, confesso!
Infelizmente este Orçamento terá mesmo que ser aprovado. Não me parece que haja outra solução. Para bem do País. Um estranho bem esse.
Chegou a hora portanto. De esquecer o Partido, a orientação política e até mesmo as necessidades pessoais. Se quisermos que o País se mantenha inteiro. Não temos remédio.
Depois terão (mesmo) que atacar.
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