De que falamos quando falamos da Selecção Nacional? Curiosamente, falamos de Scolari. Os apreciadores de Scolari gostam de recordá-lo e os seus críticos não conseguem esquecê-lo. Pessoalmente, tenho acerca de Scolari uma opinião muito particular que é não ter opinião nenhuma. Nunca soube nem me interessei por saber se era bom ou mau treinador. Não dou assim tanta atenção à Selecção Nacional. De Scolari, sei apenas o que os números fazem a gentileza de indicar: que é o treinador mais bem sucedido de sempre da selecção portuguesa. Além de ter sido campeão nacional e sul-americano de clubes e campeão mundial de selecções. De Carlos Queiroz, sei que, como treinador principal de seniores, nunca foi campeão de coisa nenhuma. E, na minha opinião, nota-se. No entanto, os apoiantes de Queiroz falam como se ele tivesse o currículo de Scolari e Scolari tivesse os resultados de Queiroz.
O próprio Queiroz fala como se, tendo conquistado o direito a ir ao Campeonato do Mundo, tivesse conquistado o Campeonato do Mundo. Apesar de tudo, há diferenças. Em princípio, a final do Campeonato do Mundo não será contra a Bósnia. Isso não impede Queiroz de se comportar como dono da Selecção. Esta já não é a Selecção de todos nós, é a Selecção de quem Carlos Queiroz quiser. A ida ao Campeonato do Mundo é para celebrar apenas com aqueles que sempre acreditaram. Os hereges que tiveram a desfaçatez de não acreditar que uma Selecção incapaz de ganhar a dez albaneses conseguiria ir ao Mundial, estão excluídos dos festejos. É bem feita. Quem ousa criticar a Selecção por bagatelas como um empate em casa contra uma Albânia desfalcada tem o que merece.
Os apoiantes de Queiroz, os únicos devidamente autorizados a festejar o apuramento da Selecção, estão, infelizmente, incapacitados de celebrar. A Selecção joga mal, pelo menos tão mal como eles diziam que jogava a de Scolari. A Selecção tem sorte, pelo menos tanta sorte como eles diziam que a de Scolari tinha. A vitória da Dinamarca sobre a Suécia e as três bolas no ferro contra a Bósnia parecem obra da Senhora do Caravaggio. A única diferença em relação à Selecção de Scolari é que, antigamente, conseguíamos a qualificação directa, e agora temos de ir ao play-off. Mas isso não chega para fazer com que os apoiantes de Queiroz deixem de sentir que estão, de facto, a festejar uma vitória à Scolari. Um deles disse que esta Selecção é tão mais fraca do que a de Scolari, que o apuramento foi um milagre. Juro: um milagre. Que conjugação de astros foi necessária então para que a Dinamarca, que não tem o melhor do mundo, nem jogadores do Real Madrid, Chelsea e Manchester United, se tivesse qualificado à nossa frente? Como se chama um milagre que é maior do que os milagres?
Por Ricardo Araújo Pereira, Edição 21 Novembro 2009 - Jornal "A Bola"
O Ricardo Araújo Pereira é como eu, um grande benfiquista. O Ricardo Araújo Pereira é como eu um amante de futebol enquanto espectáculo técnico-táctico. Como tal provavelmente seremos suspeitos para falar de Carlos Queiroz pois este nem gosta do Benfica e está mais do que provado que não percebe nada de futebol sénior.
Não fosse pelo próprio Fábio Coentrão que tem todo o direito de estar na Selecção bem como de ser titular da mesma e nesta altura eu estaria apenas a pedir o seguinte: Tirem o Fábio desta selecção se faz favor! Dispensem-no se faz favor!! Não gosto ver nenhum jogador do Benfica envolvido numa palhaçada destas. EU NÃO APOIO, DECLARADAMENTE, ESTA SELECÇÃO DE PALHAÇOS E CHULOS! Até podem ser campeões do Mundo e fazerem o maior brilharete da história mas.. A mim, não me dizem nada.
QUIM - CAMPEÃO NACIONAL COM A DEFESA MENOS BATIDA não merece. Daniel Fernandes com 10 jogos pelo Iraklis (esse colosso do futebol grego mas não Mundial, para quem perceba a ironia) merece. Beto fez quantos jogos pelo FC Porto?
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